Image via WikipediaMonitor de TV decodifica energia elétrica e a transforma em imagem
por José Raimundo Cristovam Nascimento - Diretor Técnico da UNISAT
Assistir à televisão é o último momento de um ciclo que começa com a captação de imagens por uma câmera de vídeo, que as transmite na forma de energia elétrica e, então, será restaurada na forma de imagem pelo aparelho de TV. Um sistema análogo ao funcionamento do mecanismo de visão.
"As câmeras de vídeo convertem energia luminosa em energia elétrica. Essa conversão é como se estivesse simulando o olho humano, que, através dos cones e dos bastonetes, leva o impulso elétrico para o cérebro para que a gente visualize, não só as cores, mas a escala de cinza, que é toda a gama entre o preto e o branco", diz o professor do MBA em Serviços de Telecomunicações e Especialização em Comunicações Móveis da Universidade Federal Fluminense (UFF) José Raimundo Cristóvam.
A composição de imagens transmitidas pela TV é uma combinação de escala de cinza e escala cromática. De acordo com Cristóvam, a escala de cinza é a parte mais importante da imagem, já que é responsável pela resolução; a única função da escala cromática, segundo ele, é dar as cores para a imagem. Sozinhas, as cores seriam enxergadas apenas como uma mancha colorida nos monitores.
Na captação das cores, assim como no olho humano, a câmera divide a luz em espectros azuis, verdes e vermelhos. A imagem final no monitor nada mais é do que uma reconstrução da energia elétrica enviada pela câmera, por meio de pixels nessas três cores. As diferenças cromáticas ocorrem devido à combinação dessas cores primárias, de acordo com a porcentagem de cada uma delas no sinal elétrico emitido pela câmera.
A qualidade da imagem exibida na televisão está diretamente ligada à qualidade da captação pela câmera ? e, também, à quantidade de linhas do monitor. As câmeras mais modernas conseguem captar imagens em uma definição superior ao olho humano. "Quanto mais pixels ela consegue captar por área, mais detalhes ela dá. É necessário fazer uma correção do que a câmera enxerga e do que o olho humano consegue ver para transmitir para o espectador", diz.
De acordo com Cristóvam, a qualidade da captação das câmeras full HD é tão grande que tem obrigado empresas de televisão a fazerem uma série de alterações em seus estúdios, na maquiagem, na iluminação e na decoração. Afinal, detalhes e 'defeitos' que até então não eram percebidos passaram a saltar aos olhos do telespectador. "Essa evolução, na minha opinião, não vai parar, porque queremos estender a visão humana através das máquinas", reflete.
Fonte: Site do Globo Ciência - 23/07/2011
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