sexta-feira, julho 20, 2007

Cuba pára a fim de assistir à medalha de ouro no beisebol

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RIO DE JANEIRO, 20 de Julho - As luvas são de couro. A bola é de borracha revestida. O taco é de madeira. A paixão é de ouro. Nesta sexta-feira, Cuba parou para assistir ao décimo título consecutivo de seu país no beisebol dos Jogos Pan-Americanos, conquistado com uma vitória de 3 a 1 sobre os Estados Unidos na Cidade do Rock. A torcida cubana era maioria nas arquibancadas do estádio, e dava voz aos milhões que assistiam ao duelo por toda a ilha caribenha.

São cerca de 11 milhões de habitantes. Estima-se que pelo menos metade ficou em frente à televisão, que transmitiu ao vivo para todo país a glória dos jogadores cubanos.

"Falei com meu filho agora por telefone e ele nem foi trabalhar para ver o jogo. O país está muito empolgado", relata Ivis Peres, jornalista independente, devidamente uniformizada com as cores da delegação de seu país.

O beisebol é o esporte mais popular de Cuba. Todos os jogadores da seleção atuam na Liga Nacional, que conta com 16 equipes, nove delas com pelo menos um representante no selecionado cubano. Os jogos costumam arrastar multidões aos estádios, como na última final entre Santiago e Industriales - maior rivalidade do país.

"Os Industriales são o Real Madrid de Cuba. São o time mais popular e os maiores campeões do país, com 11 títulos. Os jogos em Santiago e em Havana lotam, alguns com cerca de 60 mil pessoas nos estádios", afirma o jornalista Oscar Sanchez Serra, especialista em beisebol, que trabalha para o diário Granma, .

O esporte deu a Cuba três medalhas de ouro e uma de prata (em Sydney-2000) nos últimos quatro Jogos Olímpicos. O desempenho não é por acaso. A paixão do povo pelo beisebol começa cedo.

"O beisebol é praticado em todo canto, nas escolas, nas ruas, onde tem um terreno vazio tem garotos jogando beisebol. É o esporte e o orgulho nacional", afirma Jones Martinez, atleta de futsal que acompanhava a final nas arquibancadas, junto com diversos compatriotas de outras modalidades.

Observando das arquibancadas mais uma medalha de ouro para seu país, a consagrada ex-jogadora de vôlei Regla Torres comemorou a coroação de Cuba em seu esporte predileto.

"Estou trazendo sorte e fico feliz por isso. Os cubanos gostam muito de beisebol e esta é uma medalha muito importante. Os meninos e meninas no nosso país têm vários ídolos no esporte, e isso incentiva. É uma grande paixão em Cuba", diz a tricampeã olímpica.

Para Oscar Sanchez, os maiores ídolos atualmente são o primeira base Alexander Mayeta, o jardineiro-central Giorvis Duvergel e o terceira base Yuliesky Gourriel. A experiência e o desempenho dos três acabou sendo fundamental após a derrota para o Panamá na estréia.

"São jogadores reconhecidos e aplaudidos nas ruas. São grandes ídolos para os meninos e meninas. Cuba já havia perdido para o Panamá há algumas semanas, na Venezuela, e voltou a ser derrotada aqui. Deixou o país cabisbaixo, mas é algo que acontece. Em 49 jogos, ganhamos 44 deles. Das cinco vezes que perdemos, duas foram recentemente. Mas o time foi capaz de se recuperar bem", lembra o jornalista.

A bandeira cubana tremulou mais alto pela décima vez seguida. Depois do susto na estréia, quatro vitórias consecutivas, sobre México, Venezuela, Nicarágua e Estados Unidos. Se a paixão é de ouro, o sonho continua sendo de couro, borracha e madeira para o povo cubano.

Fonte: http://www.rio2007.org.br/


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